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segunda-feira, 30 de julho de 2012

As aparências: mais uma vez nos enganando!


Vou-me embora, pois já não sou bem vinda. Sinto a faca de teus olhos perfurando meu coração ----- esse teu olhar inimigo corrompe minha confiança.
Vaidade, joias e perfumes. Experimentei rios de ouro e, simultaneamente, de desapego. Bebi muitos vinhos e odiei a todos. Me encontrava em constante estado de insatisfação; domesticada pelo meu coração; escrava do teu fantasma.
Eu estou feliz. Eu nunca te amei. Eu senti um encanto, uma simpatia por um ser tão avesso, tão cheio de ego.  Quebrou-se. Tudo definhou, eu restei. Se tivesse selado com uma aliança hoje minha paz seria pó. Foram degradantes os momentos que senti tua ausência e fiquei a chorar sob teus pés.
Guiava-me pelas veredas que bem te entendiam, foste tão pretensioso! Ora, só agora se fazem claras para mim tuas vontades, teus caprichos e tuas vaidades. Enxergo tudo calculado, frio e cheio de politicagem. Como, mas como pude tapar os olhos defronte de tua ávida ganância? Pois esta era a raiz de tantos quereres egoístas. Leio sem palavras, minha fonte de alfabetização  é minha memória. Não tenho retrato nem mensagem para contar a história. Basta teu jeito obstinado, que sempre relutou ao meu comportamento dócil, fazendo com que eu acreditasse ser louca, má, uma bruxa. Afinal, a ostentosa e caprichosa era eu; a sorridente e cortejada, idem. Em consequência de tal, sairia como a criança berrante, a mulher mal crescida, o lado ignorante do relacionamento.
Diga-me, onde está a justeza e a boa vontade daquele que pratica com outras intenções? Seu caráter é incorruptível, sua cara é limpa e seu coração, desconhecido. Perante o público torna-se o idiota martirizado que, mesmo sabendo da exclusão social da qual é vítima, prefere tomar a face d’um tonto, concluindo o 1º grau no curso dos sonsos.
Mas que há, por vezes, motivos mal procurados nas cortesias, há. Bajulações muito grandes, devoções muito fieis, intelecto espetacular, olhar vingativo e pequeno, pele fria, ortografia chula, coração fechado demais.  Nem tudo o que parece é. Às vezes nos precipitamos no julgamento. Outras vezes, demoramos demais para decidir quem devemos tirar de nossa vida, antes que o tal alguém nos roube parte especial dela.